32 mortos confirmados após enchentes repentinas no Texas, incluindo 14 crianças e 18 adultos

### O desastre em detalhes: Quando a chuva não dá trégua  

Na quinta-feira, 3 de julho de 2025, alertas prévios anunciavam um quadro preocupante para o Texas central: tempestades severas com possibilidade de chuva intensa. O Serviço Nacional de Meteorologia estimava de 70 a 150 mm de precipitação, um volume já alto, mas foi surpreendido pelo dilúvio de 250 mm registrado entre sexta-feira e sábado — um cenário que rapidamente se transformou em tragédia.

O Rio Guadalupe, popular nas redondezas para lazer e turismo, tornou-se um inimigo implacável. Em San Angelo, o rio elevou-se mais de 6,7 metros em cerca de duas horas e, ao atingir nove metros, seu medidor entrou em falha, sinalizando o colapso das defesas naturais. Casas, árvores e veículos foram arrastados pela força da água, capturados por drones e celulares que publicaram cenas dramáticas nas redes sociais, expondo toda a vulnerabilidade da região.

### O drama do Camp Mystic: Entre a esperança e o desespero  

Entre os destinos mais afetados está o Camp Mystic, um acampamento de verão cristão localizado às margens do Guadalupe. Lá, cerca de 750 crianças e adolescentes estavam reunidos para momentos de lazer e aprendizado, até que a enchente veio devastar o local. Segundo relatos da própria participante Elinor Lester, 13 anos, o acampamento foi “completamente destruído” em poucas horas. 

O grupo de meninas mais velhas estava abrigado em uma colina conhecida como Senior Hill e foi resgatado de helicóptero após atravessar a correnteza com apoio das equipes de emergência. Já as cabanas das meninas mais novas, situadas à beira do rio, foram as primeiras a serem inundadas, deixando as crianças em situação extremamente vulnerável. No momento da publicação, 27 meninas permanecem desaparecidas, e os esforços para encontrá-las não cessam, mesmo diante da devastação e do perigo exigido.

### Ações das autoridades e impacto humano  

O governador Greg Abbott tem mantido firme o compromisso das equipes de resgate. “Seremos implacáveis. Não vamos parar hoje nem amanhã. Vamos parar quando o trabalho estiver concluído”, declarou, reforçando a prioridade das buscas e a urgência do atendimento às famílias.

Além disso, a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, confirmou que o presidente Donald Trump atendeu ao pedido de declaração de desastre, liberando ajuda federal para apoiar o esforço local. Em mensagem oficial, Trump afirmou estar “rezando por todas as famílias afetadas” e ressaltou a colaboração do governo federal nas operações.

Para agravar ainda mais o cenário, mais de 800 pessoas precisaram ser evacuadas com urgência, enquanto as autoridades tentam identificar cinco vítimas adultas e três crianças ainda não reconhecidas. O xerife Larry Leitha ressaltou as dificuldades dos investigadores no meio do caos.

### Contexto climático e risco futuro  

Este evento não é apenas um teste para a prontidão das equipes de emergência, mas também um sinal preocupante dos desafios crescentes impostos pelas mudanças climáticas. Chuvas atípicas, inundações repentinas e a elevação do nível dos rios têm se intensificado em muitas regiões do planeta, exigindo adaptações urgentes na gestão de risco e políticas públicas.

O volume de água registrado no rio Guadalupe — quase o dobro da previsão inicial — ecoa um fenômeno crescente de extremos climáticos, que especialistas alertam necessitar de medidas preventivas mais robustas para evitar futuras tragédias.