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REPENSANDO O TURISMO NO NORTE DA ILHA

Em 1951 foi proposta a urbanização dos balneários do norte da Ilha.

04/02/2025 às 07h05 Atualizada em 04/02/2025 às 07h07
Por: Gilberto Luz Fonte: José Luiz Sardá - Geógrafo.
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Divulgação/Ambulantes irregulares em Canasvieiras.
Divulgação/Ambulantes irregulares em Canasvieiras.

Em 1951 foi proposta a urbanização dos balneários do norte da Ilha. Entre 1956 e 1958 foram desenhados dois projetos para a orla de Canasvieiras. Em 1956 o
prefeito Osmar Cunha implantou o Projeto Loteamento Balneário de
Canasvieiras. No final da década de 1960 e início de 1970, o turismo passou a
ser o ponto de referência na região. Entre 1970 e 1974 foi construída a SC 401,
hoje denominada rodovia José Carlos Daux. No início da década de 1980 começaram então a surgir as primeiras
acomodações hoteleiras e as imobiliárias. Nos seguintes anos, turistas
argentinos, uruguaios e grande número de pessoas de outros estados,
notadamente gaúchos e paranaenses fixaram residência em Canasvieiras e
região Norte da Ilha. Segundo o último censo divulgado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística - IBGE a população do Norte da Ilha aumentou 61%
em 12 anos. A região Norte saiu de 92.500 moradores e chegou a marca de 149.092 habitantes, somando os distritos de Ingleses, Canasvieiras, Ingleses do
Rio Vermelho, Cachoeira do Bom Jesus, Santo Antônio de Lisboa e Ratones. Destaque para o Distrito de Ingleses do Rio Vermelho, que teve o maior
aumento populacional, consolidando uma evolução contundente no número de
residentes na região. A população flutuante/residente aproxima mais de 500 mil habitantes

Como os demais bairros balneários da região, há quatro décadas, Canasvieiras
vêm sofrendo com o aumento desse contingente e adensamento populacional,
com as ocupações e invasões, assentamentos de baixa renda, bolsões de
pobreza e a total ausência de controle migratório, que contribuem para o crescimento da violência e problemas relacionados à drogadição. Além disso, a
falta de planejamento urbano e a especulação imobiliária desencadeou o
crescimento desordenado, afetando diretamente a vida e o cotidiano dos
moradores. A mobilidade e a segurança notadamente nas rodovias SC 401, 402, 403 e 406 é preocupante, pois com a tendência do aumento da frota de veículos
que circulam diariamente nessas rodovias e ruas principalmente no verão, causa
transtornos aos turistas e aos moradores que lá residem.

O atual trapiche de Canasvieiras administrado pela associação de escunas deixa
a desejar. Faz-se necessário implantar equipamentos de consumo coletivo, de
infraestrutura básica e serviços urbanos sustentáveis. Hoje temos deficiências
nos serviços públicos, notadamente o excesso de ambulantes comercializando produtos nas praias e ruas durante a alta temporada, poluição dos rios e praias,
a ocupação irregular dos espaços de uso coletivo e áreas verdes, que
compromete a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente.

Somos entre todas as capitais brasileiras a Capital que tem a melhor qualidade de vida e os principais Balneários como Canasvieiras, Ingleses, Jurerê e outros, são destinos turísticos de milhares de turistas que alavanca o setor turístico e de
lazer na região. Precisamos refletir sobre o tipo de turismo que queremos. Não podemos olhar o turista somente como fonte de renda, ou como uma indústria
exploradora de mão-de-obra que comercializa a natureza e a cultura. Penso que parte da arrecadação dos tributos e impostos recolhidos nos bairros da região
Norte da Ilha, deveria retornar em benfeitorias e serviços públicos de qualidade. Uma forma de compensação mais do que justa, pelo potencial que Canasvieiras
e região representam para o município de Florianópolis.

Urge a necessidade de despertar atenção das autoridades constituídas pela
importância de despoluição, recuperação e a revitalização de nossos rios, em
especial os rios Papaquara, Capivari, Ratones e demais rios. Destaque para o
projeto de desassoreamento e a revitalização que está sendo executado no rio do Brás, necessário também a construção de molhes na foz do rio do Brás.

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